REMOÇÃO DE DBO E COLIFORMES TERMOTOLERANTES EM SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO POR ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Resumo
As mudanças nos padrões de consumo resultaram em uma maior necessidade por recursos naturais, bem como, em uma maior produção de resíduos sólidos e líquidos e em uma alteração nas características físico-químicas decorrente dos avanços tecnológicos, com um consequente aumento potencial de poluição e contaminação dos corpos hídricos, do ar e do solo, exigindo, assim, tecnologias novas de tratamento, como, por exemplo, as rampas de escoamento. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é avaliar o desempenho de uma ETE do tipo “fossas sépticas-filtros anaeróbios”, tendo como pós-tratamento a técnica de escoamento superficial com vistas à remoção de DBO e coliformes termotolerantes, adequando as características físico-químicas e microbiológicas aos padrões exigidos para o reúso. A área de estudo compreende o município de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Norte. Neste município, somente 49% da população é atendida com um sistema de tratamento de esgoto. A ETE disponível é composta por duas fossas sépticas, seguidas de dois filtros anaeróbios de fluxos ascendentes e três rampas de escoamento, com declividades de 2%, 4% e 8%. Foi utilizada como vegetação de cobertura a palma forrageira (Opuntia fícus L.Mill), por ser uma das vegetações mais resistentes a intempéries. A taxa de aplicação aplicada foi de 0,40 m3/h.m. Os ensaios realizados para avaliação da eficiência do tratamento foram: pH, Temperatura, DBO, DQO e coliformes termotolerantes. A rampa que apresentou melhores eficiências foi a rampa 3, com taxa de aplicação de 0,40 m3/h.m e declividade de 8%. Os valores ótimos obtidos por essa rampa foram: 93,55% para remoção e concentração de 25,67 mg/L para DBO; e 89,12% para remoção e concentração de 86,82 mg/L para DQO. A qualidade bacteriológica do efluente final foi igual a 1,89x103 NMP/100 mL e é satisfatória para a utilização na irrigação irrestrita de culturas industriais, cereais, forrageiras, pastagens e árvores. Quanto à remoção de coliformes termotolerantes do efluente, as rampas apresentaram valores iguais de remoção nos metros finais, de 3 a 4 unidades log, correspondentes a 99,9% e 99,99% respectivamente. Pode-se concluir que o sistema de rampas de escoamento, adotado como pós-tratamento de efluentes, é eficiente na remoção de DBO, além de apresentar baixo custo de construção e operação e remoção satisfatória de microrganismos patogênicos. As rampas de escoamento superficial também apresentam a possibilidade de reaproveitamento da cobertura vegetal e resiste às variações de carga e descarga de efluentes e precipitações.Referências
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