REMOÇÃO DE DBO E COLIFORMES TERMOTOLERANTES EM SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO POR ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Autores

  • Márcia Severino da Costa Engenheira Civil, Mestranda em Recursos Naturais, UFRR
  • Pedro Alves da Silva Filho Prof. Dr. do Departamento de Engenharia Civil, UFRR
  • Ofélia de Lira C Silva Profa. Dra. do Departamento de Engenharia Civil, UFRR
  • Gioconda S. de Souza Martínez Profa. Dra. do Departamento de Engenharia Civil, UFRR
  • Thamires Ohana Coelho Lima

Resumo

As mudanças nos padrões de consumo resultaram em uma maior necessidade por recursos naturais, bem como, em uma maior produção de resíduos sólidos e líquidos e em uma alteração nas características físico-químicas decorrente dos avanços tecnológicos, com um consequente aumento potencial de poluição e contaminação dos corpos hídricos, do ar e do solo, exigindo, assim, tecnologias novas de tratamento, como, por exemplo, as rampas de escoamento. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é avaliar o desempenho de uma ETE do tipo “fossas sépticas-filtros anaeróbios”, tendo como pós-tratamento a técnica de escoamento superficial com vistas à remoção de DBO e coliformes termotolerantes, adequando as características físico-químicas e microbiológicas aos padrões exigidos para o reúso. A área de estudo compreende o município de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Norte. Neste município, somente 49% da população é atendida com um sistema de tratamento de esgoto. A ETE disponível é composta por duas fossas sépticas, seguidas de dois filtros anaeróbios de fluxos ascendentes e três rampas de escoamento, com declividades de 2%, 4% e 8%. Foi utilizada como vegetação de cobertura a palma forrageira (Opuntia fícus L.Mill), por ser uma das vegetações mais resistentes a intempéries. A taxa de aplicação aplicada foi de 0,40 m3/h.m. Os ensaios realizados para avaliação da eficiência do tratamento foram: pH, Temperatura, DBO, DQO e coliformes termotolerantes. A rampa que apresentou melhores eficiências foi a rampa 3, com taxa de aplicação de 0,40 m3/h.m e declividade de 8%. Os valores ótimos obtidos por essa rampa foram: 93,55% para remoção e concentração de 25,67 mg/L para DBO; e 89,12% para remoção e concentração de 86,82 mg/L para DQO. A qualidade bacteriológica do efluente final foi igual a 1,89x103 NMP/100 mL e é satisfatória para a utilização na irrigação irrestrita de culturas industriais, cereais, forrageiras, pastagens e árvores. Quanto à remoção de coliformes termotolerantes do efluente, as rampas apresentaram valores iguais de remoção nos metros finais, de 3 a 4 unidades log, correspondentes a 99,9% e 99,99% respectivamente. Pode-se concluir que o sistema de rampas de escoamento, adotado como pós-tratamento de efluentes, é eficiente na remoção de DBO, além de apresentar baixo custo de construção e operação e remoção satisfatória de microrganismos patogênicos. As rampas de escoamento superficial também apresentam a possibilidade de reaproveitamento da cobertura vegetal e resiste às variações de carga e descarga de efluentes e precipitações.

Biografia do Autor

Thamires Ohana Coelho Lima

Engenheira Civil

Referências

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Publicado

30.10.2018

Edição

Seção

Artigos Técnicos