POSTURA E BIOMECÂNICA DE TRABALHADORES NO PLANTIO FLORESTAL MANUAL COM FERRAMENTA CONVENCIONAL VERSUS NOVOS PROTÓTIPOS
Resumo
Apesar da mecanização em larga escala, muitas atividades da silvicultura de florestas plantadas ainda são realizadas por métodos manuais, com elevado contingente de mão-de-obra e apresentando condições laborais inadequadas. Este estudo foi realizado em áreas operacionais de uma empresa florestal na região de Curiúva (PR) e objetivou avaliar as posturas típicas e a biomecânica da atividade de plantio manual de pinus com o uso de três ferramentas. A convencional era um “chacho” de metal em conjunto com uma caixa de mudas e os outros eram dois protótipos, sendo uma plantadeira de teflon (material mais leve) e outra de metal, mas com regulagem de altura, em conjunto com uma bolsa acoplada no ombro do trabalhador, com menor quantidade de mudas que a caixa. A avaliação postural foi realizada pelos métodos OWAS, RULA e REBA e a biomecânica pelo 3D SSPP. Os resultados indicaram que a pior postura foi a verificada no trabalho com a ferramenta convencional, a qual necessitou de correções imediatas em todos os métodos de avaliação, além de oferecer maior risco de lesão na coluna lombar (força de compressão de 2699 ± 211 N no disco L5-S1) e nas articulações do tronco, quadril, joelhos e tornozelos. Verificou-se melhor situação no trabalho com o uso da plantadeira com regulagem de altura, a qual proporcionou melhor postura e menor compressão na coluna vertebral, entretanto devido ao baixo percentual de capazes em relação aos ombros (53%), ressalta-se a necessidade de readequação da bolsa usada como depósito de mudas durante o plantio.Referências
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