AVALIAÇÃO DA AÇÃO SISTÊMICA DE AMÊNDOAS DE NIM (Azadirachta indica) NO CONTROLE DE INSETOS SUGADORES EM COUVE
Palavras-chave:
Pulgão, Myzus persicae. Brassica oleracea var. acephala. Plantas inseticidas. MIPResumo
No Brasil, os pulgões Brevicoryne brassicae e Myzus persicae, assim como a mosca-branca Bemisia tabaci, são as principais pragas da couve-manteiga (Brassica oleracea var. acephala). Esses insetos sugadores não só causam danos diretos, extraindo seiva e liberando toxinas, mas também danos indiretos, ao excretarem uma substância que forma uma fumagina, além de transmitirem doenças virais, como é o caso do pulgão verde (M. persicae). Embora o controle químico seja comum, o uso excessivo de inseticidas pode afetar inimigos naturais e gerar resistência nos insetos. Este estudo busca alternativas de controle, focando na ação sistêmica de amêndoas de nim (Azadirachta indica) contra M. persicae e B. tabaci na cultura da couve. As amêndoas de nim foram moídas para criar um pó uniforme, que foi misturado ao solo em diferentes concentrações (de 0,0 a 20,0g/kg) nos quais mudas de couve foram transplantadas. As avaliações ocorreram desde 15 dias após a aplicação, com medições semanais até 85 dias para analisar o efeito residual das amêndoas de nim. Concluiu-se que a aplicação via solo do pó de amêndoas de A. indica apresenta ação sistêmica, impactando a população de insetos sugadores, com efeito residual de até 71 dias. Isso sugere que o nim via solo pode ser uma alternativa eficaz para controlar M. persicae e B. tabaci. A concentração de 2,5g de pó por kg de solo se mostrou a mais adequada, pois é econômica e mantém baixos níveis das pragas, demonstrando potencial para manejo sustentável das pragas em questão.Referências
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